domingo, 14 de outubro de 2012

Oxigênio

Oxigênio

Quando ele se foi
Eu lembrei-lhe don't

Smoke in bed.

Respirei em vida.

Respirei até antes
Antes de ir morrer
Oxigênio.

Quando ele se foi
Não é que faltou ar
Sobrou!
Sufocou!

Respirei na pós morte.

Debaixo d'água com os peixes
Antes
Antes de te conhecer
Lá rá rí
Não é que faltou

Oxigênio?

Ampliou!

Quando ele se for
Favor
Lembrar-lhe don't

Smoke in bed.

Aprendiz de universo

Aprendiz de universo

imprimir a imagem na matéria
sem forma

fé no conteúdo
propósito de bem viver

eu agradeço
eu agradeço
eu agradeço
eu agradeço
O dia 24 de março de 2005
passou há bastante tempo.

Eu usava uma saia pink punk de tule uma blusa
mencionando a barbie (?)
o palco estava luminoso
a voz comunicava

um mise en scène
perfeito para o dia
24 de março de 2005.

Tempos depois a saia foi tingida de preto
pra outra encenação, sem
palco nem voz.

Um lugar real, era de manhã e eu estava
bêbada e ausente.

No fim, a saia restou esquecida
foi deixada de propósito
num armário

de uma casa suja

no cu de judas.

Um dia voltava pra buscar
aquilo - tinha em mente.

No dia 24 de março de 2005
eu fui o que eu sempre quis ser

um único dia
em que eu acreditei
na música.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

para o dado

Peça muito remota, lapidação de pedra
preciosa.

Tour astronômico no Atacama
e ilha.

Ela está como água mansa,
em som se diz flat

a peça está achatada, horizontal,
bemol

rasa insípida.

Como se não soasse, como sequer doesse
ou existisse - como a pedra preciosa,
sempre entranhada no escuro do fim de um tunel

ar rarefeito.

Como se não pulsasse - como o pulsar do universo
como se não houvessem criaturas no fundo da praia,

mas ela pulsa, radiação radioelétrica, luminosa,

ela vem em intervalos regulares
de milisegundos
 
altamente rítmica.

A peça remota, remota música,
utensílio que matei e não morreu.

Pessoas sentam em círculo
e ela vem
O poeta cola palavras no vidro
e ela vem

pensar em janeiro o céu do atacama
e ela vem

infância remota
adeus remoto
aborto remoto
um homem mais velho remoto
disco remoto
país remoto
uma rua augusta.

E ela vem.

Aqui no meu coração poderia faltar oxigênio e sangue
 o deserto do atacama mesmo longe
( ela vem )

mas nunca, nunca meu amor e um poeta.























segunda-feira, 30 de julho de 2012

Salada

O canal de alguma
forma fechou.

Naquele apartamento mesmo, às voltas
com a poesia
mesmo
tomar banho dava motivo.

Mesmo uma parede branca
pedra ardósia de revestimento para os dias de calor
e o corpo se enchia recipiente
de luz e sexto sentido, canal.

Luz vinha luz
ia rebatia a parede o tijolo a pedra ardósia
revestimento para os dias

vinha muito.

A mente ficava atordoada
não conseguia receber receber sem juízo de valor.

Apenas
Kabalah
Apenas
Poesia.

Queremos abrir o canal
como naqueles tempos.


quarta-feira, 13 de junho de 2012


LANDSCAPE

É Aguda.

O botão para o inesperado e sem nome foi acionado.

É um quarto de hotel.
É saber que poderia ter chegado lá muito, 
mas muito antes.

É que tudo travou, é como máquina
Que pára de responder.

O elevador sobe rápido, cego
Mas dentro de mim, é um ser acomodadamente estável que habita

Sem sentir
Sem agonizar 
Sem celebrar.

Imóvel.

É um imóvel, caro para os padrões.
ou um quadro de natureza morta.

domingo, 18 de março de 2012

transformando o mundo se transformando o sofrimento em iluminação o poder em
tudo o que é é sagrado