segunda-feira, 25 de abril de 2011

Paraíso 1975 / 2011

e eu reinventar, ainda que depois da primeira explosão que criou combustão de gases luz estrelas corpos tudo e tudo o mais já tenha sido pronunciado, palavras fugidas e capturadas – encontradas pérolas, pérolas no fundo do mar, ainda que pronúncias sem vocábulos depois da explosão, apenas um hálito divino fez-se, e a primeira eterna palavra fez-se, e fez-se também um corpo de mulher de um sopro que foi palavra em sua essência primeira, ainda que o paraíso nos espere desde mil novecentos e setenta e cinco, e nos expulse na lapa carnaval, e que o amor palavra tenha nos carregado desde então em seus braços feitos de todos os amores errados de antes, errados porque certos, ainda que nos carregando de braço em braço, apenas para fazer nossos lábios se encontrarem naquele incrível ano de dois mil e onze, ainda que raízes (quero você (já)) , ainda que tudo e tudo o mais já tenha sido dito, reinventar, let it be, cause our soul put themselves in motion and the universe will support us in our evolution, e porque no princípio era o verbo, ainda que a invenção de uma outrapalavranossa de amor e não só, eu quero

domingo, 24 de abril de 2011

I am calling you

Alceu Valença canta Anunciação e Jevetta
Steele Bagdad Café

Hoje: a tragédia mágica da espera.

e
eu
estou
esperando
cair
do
céu

Asas.

Nós ficamos medindo qual amor era maior mas o que ele queria era limpar a casa

tipo: ela: o meu amor é muito grande
ele: o meu amor é muito muito muito grande
venci
ela: o meu amor é um trilionésimo de trilionésimo de trilionésimo de anos-luz grande
...
ela: continua / que falta de imaginação
ele: ganhou
...
o meu amor é maior que todas as estrelas do universo multiplicado pelas gotas do oceano ( não publica isso )

Mas livre, eu ler o que quiser assistir ao que quiser
Me dispor a

Nós ficamos medindo
Um ao outro, agarrados estamos

Doentes e salvos.

Como apagar o monstro?

sábado, 23 de abril de 2011

Jongo, Baile Funk e Tráfico

Uma das formas que os escravos utilizavam para passar informacões importantes era cantando pontos dentro do Jongo. Os textos das letras do Jongo, em sua estrutura enigmática,  metafórica e improvisada, permitiam que os escravos falassem sobre assuntos dos quais não conseguiriam tratar diretamente entre si, como por exemplo detalhes de fuga ou organizacão de rebeliões. Não sei como esse sistema evoluiu dos "bailes" do jongo aos "bailes" funks cariocas e se nesse meio tempo surgiu alguma manifestacão que também usasse letras de música para passar informacões importantes, mas acontece que nos primórdios dos bailes nas favelas cariocas, também o tráfico se utilizou do encontro festivo para avisar da chegada de armas, drogas e outros "despachos" corriqueiros típicos desse tipo de negócio. Temos exemplo disso em várias cancões que foram registradas e são tocadas até hoje. Recentemente estive no baile da Mangueira e pude confirmar que não só a troca de informacões continua a mesma, clandestina, bela e sorrateira, como também as favelas são as senzalas do século 21, instituídas, institucionalizadas e feias. Não estou dizendo aqui nada de novo. Dos grandes sociólogos até aos filósofos de botequim, todos já fizeram essa analogia. Mas é chocante confirmar isso in loco. Assim como é estranho fazer uma viagem no tempo sem sair do lugar. E a danca da miséria continua, mudaram apenas os bailarinos.

Sem ter amor

feriado, mãe, inconveniência, ser assumida pro pessoal do "teatro", baile funk, praia, mangueira. e ele disse agora preciso sair. vou rezar. nos encontramos em santa?
e ela disse vai suave, vem.
e ela pensou o outro aquele outro vai achar que eu me aprisionei de novo mas felizmente não é esse o caso. eu não estou no mundo, o mundo é que está em mim.
e ele disse mas qual a importância do outro esse outro? e ela disse você é ele meu bem, uhu uu, meu bem, use a inteligência uma vez só.
e ele disse: quantos idiotas vivem só.